JK
Terminou agora há pouco a mini-série JK na rede globo.
Agora, no jornal da emissora, a notícia das comemorações dos 30 anos do golpe militar na Argentina, que derrubou Isabelita Perón. Das mais cruéis ditaduras militares da América Latina.
Tava pensando no que escrever sobre a mini-série e o impacto que me causou, quando escutei essa notícia. Tristes lembranças.
Nasci em 1956, ano em que JK foi eleito presidente do país. Afora a minha tia-avó acusando o Negrão de Lima, que foi eleito governador do Estado da Guanabara, em 65, de ser comunista, posso dizer que a assinatura do AI-5 foi uma cena que repercutiu na minha família, assim como a trombose das coronárias de Costa e Silva. Depois, os anos 70, a entrada na faculdade, os tempos de chumbo no país, a militância no movimento estudantil, etc e tal. Eram tempos de medo.
Bom, tudo isso surgiu porque comecei a falar da mini-série que terminou agora há pouco. Mais uma vez, a Rede Globo deu um banho. Desde o início, com a maravilhosa participação da Cássia Kiss, passando pelo retrato feito dos anos 50 no Brasil – um período em que os brasileiros acreditavam que podiam ser felizes (êta, chavão!).
Vamos lá. Assistir Marilia Gabriela cantando Esses Moços, a Marília Pêra como D. Sarah, o Caio Ciocler, enfim, todos os personagens representando um papel importante na construção de um Brasil que – será? – já passou...
Enfim, foi curioso ver minha mãe, que aos 78 anos e numa cadeira de rodas, já com a memória falhando, procurando assistir sempre que agüentava ficar acordada, e depois ela me ligava, no dia seguinte, para comentar sobre a série. Foi surpreendente ver a rede globo mostrando as cenas vistas do “outro lado” – a militância de esquerda, o exílio, a tortura.
Não posso deixar de dizer, chorei muito assistindo a série. Várias vezes, em vários capítulos. Aquela história, afinal, faz parte da minha vida.
Digno de nota ainda observar que JK não era uma referência na esquerda brasileira. Acho que nem na história do Brasil. Curiosa minha ignorância sobre sua história.
Ainda a observar, para meus queridos amigos brasilienses, principalmente Rindu e Plenus, passei a entender um pouco mais a história de sua cidade. E passei a gostar daí... isso não é surpreendente?
Enfim, um único aspecto positivo no final da série. Poderei dormir mais cedo...rs
2 Comentários:
CARA, PENSO COMO FOI BOM NÃO TER VIVIDO NESSA ÉPOCA DE DITADURA (NASCI EM 1972, MINHA ADOLESCÊNCIA JÁ FOI NA NOVA REPÚBLICA). MAS... VIVER NUM PAÍS LIVRE É BOM , SÓ QUE COM TANTA CORRUPÇÃO, QUE TRISTE!!!
Ai...posso falar que morri de chorar no último capítulo de JK??? Mas pelo menos agora estou livre da escravidão da TV... Estava escravisada por 24 horas, Lost e JK...agora todos acabaram e posso dormir em horários "mais normais"...hehehehe
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