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segunda-feira, dezembro 25, 2006

CAT STEVENS

Poder dizer que sou um sobrevivente.

É muito estranho tudo isso. Já se vão quase 30 anos, as notícias que leio na internet dizem que são 28 anos sem que ele lançasse músicas novas.

Os anos 70 foram sem dúvida muito estranhos. Duvido ser compreensível para um jovem dos dias de hoje, para alguém que nasceu nesse período, ou após ele.

Nem todos os meus amigos da época, amigos que inclusive curtiam sua música comigo, sobreviveram.

Amigos que sem dúvida estão, no plano astral em que estejam, curtindo com o mesmo prazer que eu tenho hoje, escutar de novo, após essas quase 3 décadas, a música de Cat Stevens, hoje Yusuf Islam.

Pois foi em 1978 que ele abandonou a música.

Prá uma idéia histórica, 1979 é o ano da Lei da Anistia, o ano em que foi possível repensar a possibilidade de uma nação reconciliada consigo mesmo, após um período de ditadura militar no país.

Na minha vida, 1979 foi o ano em que me formei me Medicina.

Um ano antes, portanto, ele havia parado de cantar.

Não mais ouviríamos canções do autor de “Father and Son”, “Bring tea for the Tillerman”, “It´s a Wild World”, “Moonshadow”, as músicas da trilha sonora de “Harold and Maude”, entre outras maravilhas musicais.

Havia uma ditadura que se acabava, que havia roubado os melhores anos de nossa vida.

E havia um cantor que se retirava, com uma música que havia embalado nossos melhores momentos.

Era o momento em que precisávamos encarar o mundo como ele era?

Sei lá.

A democracia voltou e, com todos os contratempos por nós conhecidos, estamos aí numa luta diária para consolidá-la.

Aliás, essas coisas só tem lógica na minha vida, claro.

Ganhei de Natal o CD "An other cup", de Yusuf Islam, o velho e bom Cat Stevens.

O prazer de escutá-lo de novo, após tanto tempo.

Sua versão para “Don´t let me be misunderstood” beira a perfeição.

Sua voz permanece inconfundível, é como se ele voltasse prá cantar nossos sonhos novamente tornados possíveis.

Os sonhos de um mundo melhor.

Os tempos em que a música unia todos nós.

Tempos que Yusuf Islam nos ajudam a resgatar.

Enfim, Feliz Natal prá todo mundo. E que em 2007 possamos contribuir para realizar todos nossos sonhos de um mundo melhor.

(Enquanto escrevia, sua imagem me vinha à mente. Não posso deixar de dedicar esse post a Branca M. B., querida amiga que viveu esses tempos dos anos 70, esses tempos de Cat Stevens, e que não está mais entre nós. Saber que na minha história tenho Branca e tenho a música de Cat Stevens tornam minha vida melhor e me fazem acreditar cada vez mais nas minhas possibilidades).



segunda-feira, dezembro 18, 2006

O ILUSIONISTA e outras notícias

A gente percebe enfim que o Natal é irreversível quando vai ao supermercado e escuta Simone cantando “Então é Natal”.....

Filhos da Esperança

Domingo da semana passada assisti “Filhos da Esperança”. Um filme sombrio, sobre um futuro bastante próximo. As identificações com o nosso dia a dia tornam bastante plausível a história. A história do surto de infertilidade no mundo é sombria. A violência na grande cidade, a segregação dos imigrantes, o mundo surrealista em que os ingleses “bem de vida” vivem mostram apenas uma radicalização do que vivemos hoje. Clive Owen e Juliane Moore estão ótimos. Gosto de ficção científica – e esse é uma ótima ficção....

O ILUSIONISTA

Um filme inteligente, uma história elegante e surpreendente, com um ritmo e um suspense que nos mantém atentos, com a respiração tensa e taquicárdicos, emoldurada pela música perfeita de Philip Glass, uma fotografia discretamente maravilhosa, e acima de tudo, com Edward Norton, sempre perfeito, no papel principal – o que mais seria necessário para afirmar que “O Ilusionista” é, prá mim, um dos melhores filmes que assisti esse ano?

Sobre Edward Norton, interessante citar comentário de um crítico do NYT, Stephen Holden sobre o seu desempenho no filme: "Essa adaptação para cinema da história composta por Steven Millhauser, “Eisenheim, o Ilusionista” dá a Norton um papel que se encaixa muito bem a sua perturbante inescrutabilidade. Seu rosto, com olhos negros que capturam tudo mas não refletem nada, e uma boca pequena e estreita, consiste uma máscara impenetrável tanto da inocência quanto da perspicácia, você nunca sabe onde está. Apenas os cantos de seus olhos brilham como gotas de gelo".

Imperdível...




segunda-feira, dezembro 04, 2006

Começou ontem

Já tá dando na internet:
Eu é que não tinha prestado atenção...

"Pior que aeroporto
O Rio de Janeiro inaugura no próximo fim-de-semana um programa de índio pior que aeroporto. Os engarrafamentos em torno da árvore de Natal da Lagoa Rodrigo de Freitas começam no sábado e duram dezembro inteirinho. Ninguém precisa ter pressa".

(by Tutty Vasques)