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segunda-feira, fevereiro 27, 2006

É Carnaval no Rio (I)

SKINDô, SKINDÔ!

Então, cinco paulistas, Dan, Andy, Riba, Ju e César, chegaram na madrugada do sábado para as folias momescas e já no sábado por volta do meio dia estávamos na multidão que enchia praticamente todos os espaços do centro da Cidade pulando atrás, na frente e pelos lados do Cordão do Bola Preta, enquanto o suor escorria misturado com a chuva que insistia em cair forte, como para dar um refresco mas que de nada adiantava, pois ao parar o calor voltava a subir do asfalto fazendo com que as pessoas pulassem e cantassem e se apertassem para passar entre os ambulantes e as paredes do Museu Nacional de Belas Artes e seguissem cantando pelos vagões do Metrô até chegarmos a Copacabana, onde, depois de uma rápida parada para comermos algo fomos em direção à Ipanema, onde, já com alguns amigos cariocas - Cadu, João e Gohan - acompanhamos a saída da Banda de Ipanema e ficamos na praia tomando banho de mar e caipirinhas até quase nove da noite, para alegria dos paulistas que não sentiam frio ao sair do mar já noite fechada e caminhando, caminhando e caminhando chegamos ao Belmonte, já o de Copacabana pois o da Praça Gal Osório estava lotado e após comermos e bebermos mais voltamos para casa, onde alguns ainda assistiram ao Carnaval de São Paulo misturado com o Carnaval do povão aqui do Rio de Janeiro, e foram tiradas algumas fotos e depois descansamos porque afinal ninguém é de ferro....

(continua - ou espero que continue....)

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Rolling Stones, U2 e o calor do Rio

Noite de sábado de rock no Rio de Janeiro. Rolling Stones tocando na Praia de Copacabana. Público? Parece que chegou a 1.200.000 pessoas assistindo. Não tenho a menor idéia de como se calcula uma multidão desse porte. Fiquemos então com esse número.
Assisti da frente do Hotel Meridien - ou seja, a 650 metros do palco. Lá dava andar na areia - mas pela distância, fico imaginando como estava próximo ao palco. Ou melhor, pelos relatos que li, nem quero imaginar. Caminhar na ida e na volta pela Toneleros, pela Barata Ribeiro e/ou pela Viveiros de Castro até ou vindo da Princesa Isabel foi dessas experiências que nos fazem ver como que o reveillon no Rio é uma festa família. E como Deus é brasileiro....
João, Cadu, Bruno e eu fomos assistir ao show. Encontramos alguns amigos meus - quase como encontrar agulha num palheiro! Foi bom o show. Mesmo que algumas músicas não fossem conhecidas, foi bom escutar "Simpathy for the Devil", "Satisfaction", entre outras....


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Claro que não dá para comparar alhos com bugalhos. Mas assistindo ao show do U2 agora na televisão, não tenho dúvidas: prefiro muito mais o grupo do Bono Vox.

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Que calor tá fazendo nessa cidade!

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

BROKEBACK MOUNTAIN - II

Ver Brokeback Mountain pela segunda vez é, antes de tudo, uma experiência estética. As paisagens são belíssimas, a natureza exuberante. Poder prestar atenção em cada detalhe daquela montanha, dos rios e da neve preenche a nossa alma com a beleza, com a perfeição.

Experiência estética também é prestar atenção à trilha sonora, com cuidado. Desde “Brokeback Mountain” até a música de Bob Dylan, “He was a friend of mine”, cantada por Willie Nelson enquanto passam os letreiros finais – aqueles que na sessão de domingo, cheia, a gente nem vê, pois todo o cinema se levanta na nossa frente. É uma trilha sonora perfeita para o filme. Triste e belíssima.

E ver Brokeback Mountain pela segunda vez é, outra vez, mergulhar numa belíssima e triste história de amor e de impossibidades.

É ver que há muito pouco tempo atrás, lá pelos anos 60/80, dois homens viverem um amor era algo quase impossível. Não que hoje seja absolutamente permitido... mas é bem mais fácil. A cena das duas crianças sendo levadas pelo pai para ver o cara assassinado – que exemplo queria mostrar o pai ao fazer isso?

As duas mulheres – que representação das mulheres o diretor consegue fazer. Uma que descobre que o marido gosta de um cara, se separa dele e troca a vida medíocre que levava com ele para outra vida medíocre com outro marido – seu chefe no supermercado...
E a mulher de Jack, Lureen, que é decidida e faz o que quer de sua vida – resolve transar com o cowboy bonito – e o próprio Jack explicita isso, ao dizer “rápido ou não, estou gostando da direção que você está dando” – é ela que quer, é ela que se casa com ele, e fica o tempo todo cuidando dos negócios – o papel do homem? Vive um mundo de irrealidades, e a própria versão contada por ela ao final mostra isso – pra que se preocupar e enfrentar a realidade?

Triste papel o das mulheres naquela época também, tão bem mostrado pelo diretor. Mulheres coadjuvantes nessa história, e coadjuvantes também na vida de seus maridos. E olhem, isso não foi há tanto tempo assim.

É ver mais uma vez o cruel diálogo entre Ennis e o pai de Jack – e a cumplicidade e a tensão entre o pai e a mãe do Jack – a tensão na forma com a qual cada um dos dois aceitava a história do filho e o que Ennis representava para Jack, e como o viam.

E por fim, ver Brokeback Mountain pela segunda vez é ver a história de amor de dois homens, história que me faz chorar, história que mostra a impossibilidade que as pessoas se impõem em sua vida. Ver a perda, e ver como não percebemos que temos que viver as histórias enquanto estamos vivos. Ennis descobriu isso tarde demais.
É ver a transformação de Jack num homem que, ao mesmo tempo que consegue enfrentar seu sogro, consegue tomar a iniciativa mais dolorosa de sua vida .....
É ver Ennis Del Mar não conseguindo viver nada em sua vida – nem seu amor por Jack, nem sua relação com qualquer mulher – ele se anula, ele é o nada – e Jack é o culpado de tudo o que ele vive, como ele próprio admite – o culpado ou a única saída que ele tem, são com ele os únicos momentos em que ele se sente vivo...
É esse mesmo Ennis tendo um momento de ciúmes na vida, quando fala do México. Tipo assim, o primeiro momento em que ele quer lutar pelo que ama. Mesmo que esse amor seja algo que deixe o outro totalmente sem possibilidade de viver.

É ver dois homens belíssimos, Jack Gyllenhall e Heath Ledger – também, porque não, uma experiência estética? E um filme que me tocou muito. Deu vontade de ler o conto que deu origem ao filme.


P.S. - Graças a meu amigo Cris F., consegui o texto do conto. Também é dele um dos mais belos comentários sobre o filme, que transcrevo: "Acho que este é o filme mais tocante que assisti em anos e anos. Sai da sala de cinema triste, com olhos cheios de lágrimas. Acima de tudo um filme de amor. Difícil aparecer em 2006 um filme melhor que este".



domingo, fevereiro 05, 2006

BROKEBACK MOUNTAIN

Fui assistir ao filme hoje à tarde. Devo confessar que fui sem grandes expectativas, principalmente após ter lido uma crítica num jornal daqui do Rio, na sexta feira.

Pois devo confessar que o filme me surpreendeu. De uma forma que eu não esperava, devo admitir. A ponto de dizer que o diálogo, quase no final do filme, entre Ennis Del Mar e o pai de Jack Twist, ter sido um dos mais cruéis e perfeitos que já vi no cinema. Às vezes na vida, como no filme, a gente só percebe que perdeu o que amava quando já é tarde demais. Às vezes a gente gosta de um filme porque ele fala sobre a vida da gente, sobre tantas coisas que já vivemos. E a gente chora nesses filmes - e chorei nesse, e foi muito bom tê-lo feito.

Muitas vezes na vida vi filmes com a referência “temática adulta”. Acho que para ter algum sentido essa referência, é necessário uma melhor qualificação nisso. E com Brokeback Mountain isso ficou mais explícito. Nem sempre quando jovem a gente já teve experiências que nos permitam entender a extensão do tema tratado nesse filme. E vi isso pelas críticas que li do filme, pela reação que amigos meus, blogueiros que conheço, entre outros, estão tendo ao filme. Brokeback Mountain não é apenas um filme sobre uma história de amor gay entre dois cowboys. É muito mais, e isso o torna um filme surpreendente.

O filme trata da intolerância, da incapacidade do ser humano amar, da incapacidade desse ser humano construir e viver a felicidade. De como em nome de uma “aceitação social”, deixamos de viver o que queremos, o que poderia fazer a nossa felicidade. Esquecemos que nunca sabemos o que vai acontecer amanhã. Sequer se estaremos vivos. Lembro uma frase que li alguma vez, que dizia algo do gênero, “A única questão de ser resistir a uma tentação é que podemos não ter uma segunda oportunidade”. O filme vai por aí. E por isso, ele é cruel. E é muito bom.

Além do diálogo que já referi acima, ouvir Ennis Del Mar falar, já na segunda parte do filme, no ritmo monocórdico dos americanos - tipo o Bush - que ouvimos em tvs, filmes, ver a reação de sua esposa no filme quando descobre que o marido é apaixonado por Jack – são momentos do mais puro cinema – momentos em que as ações e as reações dos personagens se aproximam de todos nós, e mostram de forma direta que todos somos seres imperfeitos.

Não é um filme fácil, nem mesmo um filme comercial. A indicação para o Oscar é então uma surpresa... não pelo prêmio em si, mas pelo reconhecimento a um filme que trata das incapacidades humanas. Kack Gyllenhall e Heath Leadger estão ótimos. É uma história de amor – e como diz Tommie, “...me surpreendeu pela maneira com que fala de amor, esse tema tão mal falado” - e histórias de amor são monótonas – críticas que já ouvi ao filme, que é “lento”. A diferença é que mostra uma história de amor entre dois homens – e num ambiente em que histórias de amor entre dois homens são absolutamente inaceitáveis. E lembra a todos nós que essa época em que vivemos, onde ao menos aparentemente essas histórias são mais aceitas, que nem sempre foi assim. E não era assim há muito pouco tempo atrás.

Da Cadeg, Lavradio e Emilinha Borba

Sábado de atividades cariocas. Pela manhã fui prá CADEG, uma antiga Central de Abastecimentos em Benfica, bairro da Zona Norte do Rio. Nunca tinha ido lá, e achei um grande programa - além de se comprar flores, alimentos, tudo o mais bem barato, tomamos uma cerveja e comemos uns bolinhos de bacalhau maravilhosos, no Poleiro do Galeto - sim, esse é o nome do bar onde fomos, dentro da CADEG.
Gostei muito do programa, vou incluir no meu roteiro no Rio de Janeiro.

Depois, à tarde, fui para a rua do Lavradio, na Lapa. Estava sendo inaugurada a Praça Emilinha Borba, e teve um show com algumas das rainhas da musica brasileira, musicas de carnaval, uma festa. Depois fomos comer e tomar cerveja num bar - tinha bloco de carnaval na rua, feira de antiguidades, etc e tal.

Enfim, começou a temporada pré-carnavalesca no Rio....